terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

REU ACUSADO DE MATAR MAIS DE 100

O réu José Enilson Couras, o “Courinha”, suspeito de ter cometido mais de 100 crimes de pistolagem nos Estados do Ceará e do Piauí, será levado a júri popular nesta quarta-feira (24/02), às 13h30.
O julgamento, que será feito pela 2º Tribunal do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, é referente ao assassinato de Sival Correia Braga, em abril de 1996, no município de Iguatu, distante 384 km de Fortaleza. Juntamente com “Courinha”, será julgado outro acusado, Salvador dos Santos.
Além dos dois, há ainda outro suspeito do crime. Trata-se de Viriato Correia Lima, que não será julgado na oportunidade por ter recorrido da sentença de pronúncia ao Tribunal de Justiça do Ceará e estar aguardando resultado do recurso.
O Ministério Público acusa os três pela prática de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e utilização de emboscada. O processo começou a tramitar na Comarca de Jucás, mas foi desaforado para Fortaleza por tratar-se de acusados de alta periculosidade.
O crime aconteceu no dia 3 de abril de 1996. Segundo a acusação da promotoria, a vítima, que era tio de “Courinha”, fez em nome do acusado e das filhas dele, dois seguros de vida, um no banco Bradesco, em 1994, outro no Banco do Nordeste, poucos dias antes do assassinato. A acusação sustenta que a motivação do crime foi o recebimento dos valores segurados.
Pelo que consta nos autos do processo, “Courinha” havia combinado com Salvador dos Santos a execução do plano que teria como desfecho a morte de Sival. No dia do crime, diz a denúncia, “Courinha” havia ido buscar o seu tio em casa, na cidade de Iguatu, e o levado até a fazenda Sabiá, de propriedade do acusado, situada na zona rural daquele mesmo município.
A segunda parte do plano teria sido executada por Salvador, que apanhou a vítima no sítio dizendo que iria levá-lo para outra localidade. Durante o trajeto, Salvador teria, propositadamente, jogado o carro dentro de um açude, naquela região, ficando o veículo submerso a 12 metros de profundidade. O corpo da vítima só foi encontrado no dia seguinte. A intenção, segundo o Ministério Público, era simular um acidente a fim de liberar os seguros adquiridos, que seriam divididos entre os comparsas.
Na fase de tomada de depoimentos, foi citado o nome de José Viriato Correia Lima, acusado de ter emprestado o veículo para que Salvador e “Courinha” executassem o crime, na promessa de também receber uma parte do dinheiro, que totalizava R$ 300 mil. Coronel da Polícia Militar do Piauí, Viriato é considerado indivíduo de alta periculosidade, nos termos da acusação, por ser indiciado ainda como o mentor de uma organização criminosa que atuava no estado do Piauí - caso que ganhou espaço nos noticiários nacionais.
De igual relevância para a mídia, “Courinha” ganhou os holofotes nacionais quando foi preso em 17 de janeiro de 2002, na mesma fazenda do crime. Passou a ser considerado um dos maiores matadores profissionais do Brasil, a partir dessa data.
O julgamento será presidido pelo juiz Henrique Jorge de Holanda Silveira e a acusação ficará a cargo da promotora de justiça Alice Iracema Melo Aragão. O defensor público Gelson de Azevedo Rosa e o defensor dativo João Irton Veloso Frota farão a defesa dos réus em plenário.

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