segunda-feira, 30 de novembro de 2009

As tramóias históricas da Abril e da Rede Globo























Na crista de mais uma onda de torpezas da mídia contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é oportuno lembrar as históricas tramóias da editora Abril e das Organizações Globo, que dão bem a medida de como esses grupos golpistas se formaram e se fortaleceram. Mas antes é bom lembrar que recentemente quase saiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as circunstâncias e as consequências decorrentes do processo de autorização, por parte da Anatel, referente à reestruturação societária e transferência de controle de outorgas envolvendo as empresas da TVA (Abril) e a empresa Telesp (Telefônica).

Para se defender, a empresa se justificou por meio da mal-afamada revista Veja, tentando encobrir a sua trapaça atribuindo a outros as suas práticas. Num festival de acusações desesperadas, a torpe publicação dos Civita disse que por trás de tudo estaria José Dirceu, que “tem interesses bem mais sólidos para embaraçar a associação entre a Abril e a Telefônica”. “Seu patrocinador atual é o bilionário mexicano Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, que trava uma guerra comercial com o grupo espanhol”, afirmou Veja sem explicar suas manobras.

É evidente que não podemos incorrer no mesmo erro deles, de acusar sem provas. Trata-se, com certeza, de uma das piores pragas que envenenam os atuais usos e costumes do ambiente político brasileiro. Acusações, suspeitas e indícios são divulgados pela mídia como se fossem provas de culpabilidade — e a pessoa envolvida se vê condenada antes que consiga abrir a boca para dizer uma única palavra em sua defesa. Mas argumentar que as denúncias sobre as tramóias da Abril tem alguma malignidade concebida só para ela é algo que parece vir embrulhado em espetacular hipocrisia.

Seria ótimo se saísse uma CPI com força política para avançar nas investigações e chegar ao esquema montado pelo ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), Luiz Carlos Mendonça de Barros, por André Lara Resende, então presidente do BNDES, e pelo banqueiro Daniel Dantas, um dos pivôs do esquema de ”caixa dois” apelidado de ”mensalão”, que envolveu cerca de 24 bilhões de reais, para a privatização do sistema Telebrás. Seria mais ótimo ainda se este processo pudesse evoluir a ponto de passar o Brasil a limpo realmente — de alto a baixo, de forma justa, ética, democrática e séria.

O problema é que o país já está em campanha eleitoral, a Abril tem o seu programa de governo e, diante da necessidade real de tomar uma atitude, achou que o melhor a fazer era apresentar-se como vítima de um ato vil de José Dirceu. É possível que a Abril mobilize mundos e fundos — principalmente fundos — para impedir que esse assunto venha a público no debate eleitoral. Trânsfugas da esquerda, oportunistas de diferentes matizes e chacais enraivecidos serão acionados para este fim. Nessa selva, nunca se sabe onde está o inocente útil e onde está o vilão oportunista. Será um jogo pesado.

Cidadão norte-americano

Na ocasião em que apareceu a denúncia, um representante da Abril disse que a empresa explicaria todo o negócio com a Telefônica ”até o último centavo” — mas na prática até agora não esclareceu nem o primeiro. Mesmo que não esclareça nada, o que importa é que na vida real a campanha de 2010 mostrará, daqui para a frente, até que ponto o eleitorado vai acreditar nas mentiras da mídia.

A verdade é que a mão forte do Estado no regime militar fortaleceu os grupos monopolistas — um processo bem ilustrado pelos acontecimentos envolvendo a editora Abril e a Rede Globo de Televisão. A Abril nasceu pelas mãos do cidadão norte-americano Victor Civita, que intermediou as negociações entre o grupo Time-Life e o empresário Roberto Marinho para a criação de uma poderosa rede de televisão no Brasil.

Civita quase foi convencido a criar a TV, mas o temor de ser flagrado em delito por ser estrangeiro e possuir um grupo de comunicação — um impedimento legal, e por isso ele vivia no anonimato — o fez transferir o negócio para o amigo. Assim nasceu a Rede Globo de Televisão — porta-voz oficiosa da ditadura militar.

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